Ministério Público apura supostas irregularidades em pesquisas eleitorais no Brasil
O Ministério Público Eleitoral afirmou nesta terça-feira, 3, que vai apurar supostas irregularidades em pesquisas sobre eleições municipais de cidades de todo o país. As investigações foram iniciadas após a própria Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) entrar com representação na Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) denunciando o alto número de pesquisas feitas com recursos das próprias empresas, sem serem encomendadas por partidos políticos ou por terceiros que possam estar “diretamente interessadas nas eleições”. De todas as unidades da federação, apenas Ceará, Paraíba, Distrito Federal e Roraima não têm registro de pesquisas do tipo. As investigações devem ser geridas por autoridades dos próprios estados e municípios envolvidos nas pesquisas.
De acordo com dados levantados pela Abep, mais de 70% das pesquisas realizadas até a terceira semana de agosto foram custeadas com dinheiro próprio. Ao todo, R$ 27 milhões foram investidos em 1,3 mil pesquisas registradas na Justiça Eleitoral até o período. “A maioria desses levantamentos foi promovida na metodologia face a face, o que exige o deslocamento dos entrevistadores e, consequentemente, um custo de execução maior do que em outros métodos de coleta”, afirmou nota do MPF. No ofício do MP, o vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, afirma que, se confirmada, a ilicitude tem “potencial para influir negativamente na transparência e integridade do processo eleitoral”. Não há prazo específico para que as procuradorias regionais peçam informações às empresas, mas elas foram orientadas a informar se receberam encomendas de pesquisas por terceiros e, se sim, por quais valores as realizaram.