Melhora a logística portuária para as exportações brasileiras de soja

A semana passada para a soja ficou marcada pela redução da oferta de petróleo, o início da colheita de soja na Argentina e o retorno do “dólar soja”.

Também houve redução no tempo de espera nas filas dos portos brasileiros.

Diante disso, o contrato com vencimento em maio/23 finalizou a semana cotado a US$ 14,92/bushel (-0,86%).

E o contrato com vencimento em julho/23 encerrou a U$ 14,62 (-0,88%).

Em 2 de abril de 2023, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) surpreendeu o mercado ao anunciar um corte de 1,5 milhão de barris por dia, a partir de maio.

De acordo com Ruan Sene, analista da Grão Direto, isso resultou em um aumento significativo nos preços do petróleo, que saltaram de US$ 75 para US$ 85 por barril.

O aumento ocasionou uma alta expressiva nos preços da soja em Chicago, devido à correlação entre o diesel e o biodiesel.

Argentina: 9 sacas/hectare
A Bolsa de Rosário, na Argentina, emitiu uma nota informando sobre as condições das lavouras argentinas, extremamente ruins.

Em áreas onde se esperava uma colheita de cerca de 28 sacas por hectare, estão sendo colhidas apenas 9 sacas.

Além disso, a qualidade da soja também está muito baixa, com lotes de cargas registrando avarias que variam de 60% a 100%.

Apesar do retorno do “dólar soja” para estimular as vendas, a soja avariada não tem compradores.

Os produtores podem ter que misturar a soja regular com a avariada para ter menos desconto por avaria e vender seus grãos.

Portos melhoram
No Brasil, as operações portuárias têm sido favorecidas pelas condições climáticas, resultando em um menor tempo de espera dos navios nos portos e redução das filas de espera.

Isso tem levado a uma diminuição da demurrage, a multa cobrada por dia de espera dos navios no porto, contribuindo para a diminuição dos custos das operações portuárias.

Economia americana
Já em relação ao dólar, durante a semana passada saíram dois dados importantes que influenciam na economia dos EUA, o que resultou em um decréscimo de 0,20%, fechando a sexta-feira valendo R$ 5,06.

O Payroll, que é o indicador de criação de novos empregos não agrícolas nos EUA, foi abaixo da expectativa de mercado, mostrando uma desaceleração no ritmo da economia.

Em contrapartida, a taxa de desemprego também foi abaixo do esperado: a expectativa era de 3,6%, mas ficou no patamar de 3,5%.

Diante deste cenário, as cotações da soja brasileira fecharam a semana com desvalorização em relação à semana anterior.

Nesta semana o mercado ficará atento às condições climáticas nos EUA, pois a janela de plantio ideal para a soja no país está se aproximando.

E a tendência é que as condições de solo e clima estejam ideais para o início do plantio.

Uma elevação das temperaturas e o início das precipitações formam o cenário favorável.

E caso essas condições se confirmem antes do esperado, o produtor norte-americano pode aproveitar e aumentar sua área de plantio da oleaginosa.

Nesta semana também haverá a atualização dos números de oferta e demanda mundial pelo USDA, o que trará novos direcionamentos para o plantio da safra 2023/24 norte-americana.

O relatório também deverá trazer mais uma redução na produção da Argentina.

Os dados econômicos norte-americanos estão muito dinâmicos e isso tem dificultado a vida do Banco Central dos Estados Unidos.

O cenário atual é marcado por incertezas em relação ao futuro das taxas de juros americanas, o que gera dúvidas sobre os riscos de recessão.

Além disso, os aumentos das taxas de juros, que são usados para combater a inflação, têm sido ajustados em cada reunião, o que indica um ritmo acelerado de crescimento e reforça a possibilidade de recessão.

Segundo o analista da Grão Direto, nos cenários descritos, poderá ocorrer uma leve valorização nas cotações brasileiras, em relação à semana anterior.