Agronegócio brasileiro começa 2023 com superávit de US$ 8,69 bilhões

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta sexta-feira (10/2), nota sobre o comércio exterior do agronegócio, com dados de janeiro de 2023. A balança comercial do agronegócio iniciou o ano com superávit de US$ 8,69 bilhões, bem acima do superávit de US$ 2,61 bilhões da balança comercial total (que considera produtos de todos os setores). O valor das exportações brasileiras bateu novo recorde: US$ 10,22 bilhões, com alta de 16,4% na comparação com janeiro do ano passado. No mesmo período, o valor das importações cresceu 37,1%, alcançando US$ 1,53 bilhão, conforme a tabela abaixo:

 

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta sexta-feira (10/2), nota sobre o comércio exterior do agronegócio, com dados de janeiro de 2023. A balança comercial do agronegócio iniciou o ano com superávit de US$ 8,69 bilhões, bem acima do superávit de US$ 2,61 bilhões da balança comercial total (que considera produtos de todos os setores). O valor das exportações brasileiras bateu novo recorde: US$ 10,22 bilhões, com alta de 16,4% na comparação com janeiro do ano passado. No mesmo período, o valor das importações cresceu 37,1%, alcançando US$ 1,53 bilhão, conforme a tabela abaixo:

Em janeiro de 2022, mês considerado típico de “entressafra” para o agronegócio na balança comercial, a soja impulsionou as exportações. Já em janeiro deste ano, os embarques foram liderados pelo milho, que registrou alta de 166,5% em valor e 125,9% em quantidade. Em termos de participação, o milho foi responsável por 17,3% do total exportado pelo setor – dos US$ 10,22 bilhões exportados pelo agronegócio no primeiro mês do ano, US$ 1,77 bilhão são referentes ao grão.

O Brasil é o terceiro maior exportador mundial de milho, atrás dos Estados Unidos e da Argentina. Graças à abertura do mercado chinês (que habilitou mais de 130 novas instalações exportadoras de milho no Brasil) e à queda da safra norte-americana, o Brasil pode aumentar sua participação em 2023. Apesar de ser a segunda maior produtora mundial de milho, a China depende do mercado internacional para consumo doméstico, e está em busca de novos fornecedores que possam substituir os Estados Unidos – maior fornecedor chinês do grão.

Além do milho, outros destaques no que diz respeito às exportações foram o açúcar, a carne de frango e a carne suína, com aumentos de 67,7%, 38,9% e 32,0% no valor, respectivamente. O trio, que apresentou significativa elevação na quantidade e no preço, em comparação com o mesmo período de 2022, representou 36,1% da pauta de exportação total do mês passado, junto com o milho.

O trigo continuou sendo o principal produto da pauta de importação brasileira, com alta de 13,2% em valor frente a janeiro de 2022, enquanto a quantidade importada caiu 12,3% no mesmo período. A importação de malte foi destaque em janeiro, com incremento de 37,6% e 9,4% no valor e na quantidade, respectivamente. Cabe destacar que, assim como o trigo, o Brasil é dependente da importação de malte e cevada – dois dos principais insumos para a produção de cerveja.

No acumulado dos últimos 12 meses, houve alta de 29,6% nas exportações e de 15,1% nas importações do agronegócio. Com isso, o saldo da balança comercial do setor aumentou para US$ 142,66 bilhões nesse período, desempenho mais que suficiente para compensar o déficit acumulado pelos demais setores (US$ 78,46 bilhões). Como resultado, o saldo total da balança comercial ficou positivo em US$ 64,19 bilhões.

Para Ana Cecília Kreter, pesquisadora associada do Ipea que assina a nota em coautoria com José Ronaldo Souza Júnior, Fábio Servo, Diogo Ferreira e Guilherme Soria Bastos Filho, apesar das adversidades climáticas previstas para este ano, as perspectivas para essa safra ainda são boas para o agronegócio brasileiro.  Mesmo com a revisão das estimativas do milho e da soja em decorrência dos problemas enfrentados no Sul do país, a produção será superior à safra anterior, com novo recorde de produção para a soja. “Com expectativa de boa produção no Brasil e de maior participação do milho brasileiro no mercado internacional, o agronegócio poderá fechar 2023 com contribuição ainda maior na balança comercial total do país”, destacou Kreter.