Clima e Greening Afetam Safra de Laranjas em São Paulo
Não apenas o clima dificultou a safra de laranjas; o greening também é um dos fatores responsáveis pela queda na produção. Essa doença é a mais destrutiva na citricultura mundial devido à sua rápida disseminação, dificuldade de controle e capacidade de destruir a fruta.
A laranja é uma das frutas mais produzidas no Brasil. Para entender melhor como ocorre o manejo e a produção, o programa Nosso Campo visitou algumas propriedades no interior de São Paulo.
Em uma dessas propriedades, há mais de 50 mil pés da variedade pêra rio, uma das mais cultivadas no país, consumida tanto in natura quanto em suco.
São três colheitas por ano, sendo a principal entre maio e junho. Nos últimos meses do ano, ocorre a colheita das frutas tardias, que demoram um pouco mais para atingir o ponto ideal.
Apesar da grande quantidade de árvores e frutas para serem colhidas, o produtor estima que a safra não será tão boa. Diversos fatores, como a onda de calor, prejudicaram a produção, que será 20% menor do que a do ano passado.
Com as altas temperaturas e a falta de chuva, a umidade do solo é reduzida, não permitindo que as flores se desenvolvam adequadamente.
Além do clima, o greening também contribuiu para a queda na produção. Essa doença é a mais destrutiva na citricultura mundial, devido à sua rápida disseminação, dificuldade de controle e capacidade de destruir a fruta.
Em outra propriedade localizada em Garça (SP), o produtor estima que dois em cada dez pés estejam contaminados com a doença. O alívio é que, nas laranjeiras não afetadas pela praga, a fruta cresceu bonita e doce.
De acordo com dados do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), a produção de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e do Triângulo Mineiro deverá atingir mais de 232 milhões de caixas de 40,8 quilos nesta safra, uma queda de quase 25% em relação à safra passada.
A queda na produção também atingiu um produtor e engenheiro agrônomo das regiões de Ibitinga (SP) e Itajaú (SP). Com mais de 100 mil pés de laranja, ele aponta as mudanças climáticas como responsáveis pela redução da safra deste ano. A solução encontrada foi adiar um pouco a colheita, que ocorrerá em julho.
Apesar da baixa produtividade, o engenheiro está otimista, pois acredita que o valor pago pela caixa de laranja compensará a queda na produção.
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